ZANTE TAVERNA GREGA (Brasília-DF)

 LUZ NO FIM DO TÚNEL... 

Eu já estava achando que ia sair pra jantar e comer risotto, carbonara, burrata, hambúrguer, pizza, bife ancho e outras obviedades o resto da vida aqui em Brasília. Aliás, não foi só aqui que a cozinha italiana e umas poucas especialidades/pratos invadiram o cenário gastrô de tal forma que pouco espaço sobrou para quem quer oferecer algo diverso.

Eu não tenho nada contra a cozinha italiana nem contra hambúrguer, parrilla, sushi, gin, essas modas que invadem o mundo gastrô feito ondas de temps en temps e atiçam a ambição de empresários país afora. E não tem nada demais querer ganhar dinheiro numa sociedade capitalista com algo cheio de hype, embarcar numa onda por assim dizer...

Aliás, eu até gosto muito de algumas coisas que citei. Mas, cá entre nós, acho a maior parte das hamburguerias desconfortáveis, além de não servirem vinho muitas vezes. Na real, eu acho um 'programa de índio' sair pra jantar na maioria das 2.334 😄 hamburguerias da cidade. O MADERO leva (grande) vantagem nesse quesito. É restaurante de rede, é meio cafona, é isso, é aquilo, mas a comida é boa, o serviço idem e tem um padrão de conforto, incluindo bons banheiros e tals. Além do mais o MADERO tem pra contar uma história de capitalismo sensacional. 

MADERO

O assunto de hj é um restaurante étnico, um alento na cidade pra quem não aguenta mais sair pra jantar em restaurante italiano. Em 10 restaurantes finos, 8 são italianos. Onde estão os alemães, franceses, espanhóis, sul-americanos, chineses/asiáticos? Mesmos os portugueses são poucos. Pq. Brasília não tem um rodízio de peixes de rio - como Cuiabá-MT tem vários - e tem 355 (...) de carne? Pq. tem que ter camarão - caro e que vem de longe - em todo cardápio? Na cidade que sedia as Embaixadas da Alemanha e da Áustria, a gente tem que se conformar em ir comer um joelho de porco naquela espelunca do BAR DO AMIGÃO, parece piada; aliás a gente não, os outros, pois eu não piso naquela espelunca da 506 sul nunca mais! Como vou sempre ao Rio posso comer meu joelho no HERR PFEFFER ou no vetusto BAR BRASIL.

ZANTE

Pois bem, eu considero o novo restaurante grego ZANTE um bom restaurante, e nem que eu o achasse apenas razoável já simpatizaria muito com ele, por ser diferente e por ser ...uma graça de restaurante! 😉Difícil resistir àquela casinha branca na 210 sul...  


Carolina e Arthur

Um jovem casal resolveu homenagear a ascendência de Carolina e assim surgiu o ZANTE, que entre entradas, petiscos, pratos principais e sobremesas, proporciona um saboroso passeio pela gastronomia do país de 'ZORBA, o grego', um livro que marcou minha adolescência. Das coisas que provei, destaco os pães com pastas, a sopa de feijões, a salada grega e o arroz de cordeiro. Oferecem vinhos e destilados gregos, e há na entrada um mini empório onde se pode fazer uma comprinha antes de deixar o restaurante. Os doces e azeites são tentadores ;) Serviço de casa ainda nova e que pode ser meio lento em dias de maior movimento, e que são aparentemente frequentes. Preços compatíveis com a experiência. Espero que se normalize o fornecimento do coelho, um dos pratos de destaque do cardápio. Um peixe para 2 pessoas tb é destaque.


ZANTE TAVERNA GREGA mostra que o casal de empreendedores tem originalidade e até coragem de se lançar num mercado dominado por redes e focado em especialidades de retorno (que se deseja, mas nem sempre se consegue...) fácil. Dou os parabéns ao casal e desejo vida longa ao restaurante! 👏👏👏

ZANTE TAVERNA GREGA 
210 sul

Cozinha - **1/2
Serviço - **+
Preços - **+
Ambiente - **1/2
Acolhida - **+

*** - Excelente
** - Bom/Regular
* - Sofrível

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